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1. O motivo
A aquisição de um idioma, seja pátrio ou estrangeiro, percorre naturalmente dois caminhos. Cada um deles com duas vias: uma de recepção e outra de produção. No primeiro deles a via de recepção é escutar e então, o falar é produto conseqüente.
Ou seja, adquirimos a segunda habilidade porque temos posse da primeira. No segundo caminho estão as habilidades de ler e escrever, e, de novo, só tendo posse da primeira, nós adquirimos
a segunda. Quando aprendemos nossa língua pátria esta ordem natural acontece porque na primeira infância não estamos prontos para a alfabetização, então, temos preservada nossa liberdade natural de não sermos expostos seja à inversão ou à sobreposição para a aquisição das habilidades.
Aprender um idioma estrangeiro também requer os quatro talentos citados acima e certamente que os métodos utilizados para seu ensino os cobrem todos, porém, a ênfase está na palavra escrita, no livro texto. E assim temos a inversão do processo natural. Os exercícios de audição trazidos pelo material didático são as poucas oportunidades que o aluno tem para aprender a utilizar seus ouvidos para a língua alvo. Portanto, acreditamos que ampliar tais oportunidades cria um elemento de motivação. Cada oficina é formatada com a utilização de duas ou três canções sobre as quais desenvolvemos exercícios diferentes segundo critérios que visam maximizar o bom aproveitamento por parte dos participantes.
2. O caminho
Tendo na música um instrumento e nas letras das canções uma ferramenta, nos propomos a fazer uma abordagem do aprendizado do inglês a partir da audição e da articulação de seus sons. Com isto estamos trazendo para cima o exercício das habilidades de escutar e falar, estamos relocalizando a ênfase. As oficinas de inglês através da música são oportunidades de aprender a “fazer foco auditivo em língua estrangeira”. Os exercícios são planejados para que o estudante possa continuar procedendo a seu aprendizado em quaisquer situações onde possa ouvir o idioma, a participação nas oficinas traz o treino necessário para que o áudio no cinema, as suas músicas prediletas, o assistir uma palestra, etc., tornem-se oportunidades de ouvir o inglês. Não são, portanto, aulas para estudar o idioma, mas sim laboratórios para a prática áudio-oral. A prática oral ocorre por meio da repetição em coro de frases ou trechos de linguagem e assim sons e fonemas vão ganhando familiaridade e a articulação cresce em clareza. Em seguida cantamos junto com o disco.
Relocalizando a ênfase, não abandonamos, contudo, as habilidades de ler e escrever. As letras das canções oportunizam uma melhor visualização da ortografia, o que, na língua inglesa, é tão diferente dos sons. Tanto que o processo de alfabetização das crianças nativas de língua inglesa só encontra motivação através de concursos e premiações. Os exercícios ocupam-se desse aspecto de ortografia também. Fazemos o caminho inverso ao percorrido por aquelas crianças. Porque muitos e muitos são os que possuem um bom domínio do inglês escrito, mas acreditam “ter bloqueios” no que diz respeito a usá-lo na comunicação oral. Bloqueios são derrubados em conseqüência do exercitar. As frases nas canções oportunizam também uma melhor compreensão dos aspectos gramaticais sem que para isso sejam estudadas suas regras.
A assimilação gramatical fica mais próxima do que foi a assimilação na língua pátria e então, passamos a automatizar o emprego correto de estruturas de linguagem e tempos verbais. Algo parecido com o que fizemos quando crianças e ainda não freqüentávamos a escola. Usávamos, por exemplo, tempos verbais e conjugações adequadamente por termos apreendido ao nosso redor.